O Diploma para o Jornalismo representa mais do que um certificado. Ele é a base para a construção de uma profissão fundamentada na ética, na técnica e no compromisso com a verdade. Em um cenário marcado pela desinformação e pela influência das novas tecnologias, “o jornalista formado aprendeu a ética da sua profissão, a missão, como ser o mediador entre os poderes e a sociedade, e como lapidar uma informação”, é o que comenta o jornalista Gabriel Melo em entrevista ao Ponto Entrelinhas.
Para os profissionais da área, a obrigatoriedade do diploma é essencial para garantir que jornalistas compreendam a profundidade de seu papel na sociedade. “O diploma é um indicador de comprometimento e seriedade do profissional, o que garante a confiança do público na integridade das reportagens,” defende o jornalista, acrescentando que, sem ele, perde-se a distinção entre o trabalho jornalístico e a atuação de comunicadores sem formação.
A formação acadêmica prepara o jornalista para mediar as relações entre os poderes e a sociedade, orientando a prática profissional pelos princípios éticos e morais. Além disso, o diploma confere aos jornalistas o reconhecimento de sua missão: informar com veracidade e autenticidade, contribuindo para a formação de opiniões e políticas públicas.
Sem a exigência do diploma, o impacto é preocupante. “É uma falta de respeito uma pessoa sem formação acadêmica ocupar o lugar de um jornalista. Isso desmotiva quem se dedica anos à profissão e desqualifica a comunicação,” aponta o especialista, entendendo que o resultado dessa questão leva a um ambiente vulnerável à manipulação e à disseminação de informações sem apuração criteriosa.
Tecnologia e Jornalismo: aliados ou rivais?
As novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), surgem como aliadas para a produção jornalística “quando utilizada de forma correta”, no entanto, também trazem desafios. Embora possam apoiar na revisão textual e na coesão de conteúdos, a essência da busca da informação, apuração e transmissão dos acontecimentos continua nas mãos do jornalista.
Para Gabriel, “a inteligência artificial não vai produzir notícias mais recentes ou criar leads por nós. A tecnologia é aliada, mas não tira o lugar do jornalista. Acho que o maior defeito é tornar o Jornalismo preguiçoso e acelerado, uma vez que irão se debruçar nas inteligências Artificiais“, destaca.
Liberdade de Expressão: um direito preservado
O jornalista Gabriel Melo entende que a liberdade de expressão é um direito garantido a todos e, portanto, isso não deve ser confundido com o exercício do Jornalismo, que exige preparo técnico e ético.
“A exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalista não restringe a liberdade de expressão. Liberdade de expressão é o direito individual de cada cidadão ou cidadã de expressar livremente seus pensamentos, ideias e opiniões. O cidadão e a cidadã tem este direito assegurado em sua vida cotidiana, no desempenho de qualquer atividade e em qualquer ambiente social. Portanto, a liberdade de expressão não se realiza somente pelos meios de comunicação e muito menos somente por meio do Jornalismo”, afirma Gabriel Melo.
Um Futuro para a Profissão
A PEC do Diploma é vista como um passo fundamental para a valorização da categoria e para a garantia de uma comunicação mais qualificada. Com a medida, espera-se que o mercado priorize a contratação de jornalistas formados, fortalecendo a credibilidade das notícias e incentivando mais profissionais a ingressarem na área.
Mais do que uma questão técnica, a PEC do Diploma reafirma o compromisso do Jornalismo com a verdade e com a sociedade, destacando a importância da formação acadêmica em tempos de desafios éticos e tecnológicos.